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Educação

Servidores federais aprovam proposta de reajuste de benefícios, mas greve continua

A paralisação persiste até que todas as demandas sejam atendidas pelo governo

Curitiba (PR) |
A assembleia ocorreu de modo híbrido, sendo realizada presencialmente no pátio da Reitoria da UFPR, para os TAEs de Curitiba, e virtualmente pelo Zoom, para os TAEs do interior e litoral. - Foto: Divulgação / Sinditest-PR

Os servidores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná (Sinditest-PR) aprovaram, nesta quinta-feira (18), a proposta de reajuste dos benefícios apresentada pelo governo. A decisão não impacta na continuidade da greve, que persiste até que todas as reivindicações sejam negociadas.

Os reajustes incluem um aumento no vale-alimentação, passando de R$ 658,00 para R$ 1.000,00, o auxílio-creche vai de R$ 321,00 para R$ 484,90 e o plano de saúde dos servidores será reajustado conforme tabela de acordo com a remuneração e taxa etária. As alterações passam a valer a partir do dia 1º de maio.

Negociação específica dos TAEs

Os técnicos-administrativos em educação (TAEs) aprovaram também a criação do Grupo de Trabalho (GT) Carreira, com a intenção de avançar na discussão da reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos TAEs (PCCTAE), temas debate na Mesa Específica de Negociação com o governo.

De acordo com o Sinditest-PR, a categoria dos TAEs, composta por mais de 200 mil servidores, tem uma das piores remunerações do serviços federal, além de ser uma das carreiras mais defasadas em termos remuneratórios nas últimas duas décadas. Por isso, a reestruturação do plano de carreira é uma reivindicação fundamental.

Marcello Locatelli, membro da diretoria do Sinditest-PR, conta que a primeira Mesa Específica de Negociação com o governo aconteceu na manhã desta sexta-feira (19), mas ainda não há uma avaliação nacional da proposta apresentada pelo governo.

“Nós vamos ter agora as avaliações no Comando Nacional de Greve e depois nas assembleias de base. Acredito que o resultado dessa primeira mesa de negociação com o governo seja divulgado na próxima semana”, diz Marcelo. “Mas a greve continua até que as reivindicações sejam atendidas”, afirma.

Na terça-feira (16), durante uma audiência da Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, o secretário-executivo-adjunto do Ministério da Educação (MEC), Gregório Durlo Grisa, assegurou que a reestruturação da carreira dos cargos técnico-administrativos em educação será realizada ainda neste governo.

“De preferência neste ano, de preferência com acordo assinado o quanto antes, para que o Parlamento receba o projeto e consiga, na agilidade que for possível, encaminhar alteração da lei das carreiras técnico-administrativas”, afirmou o secretário.

A greve permanece 

A greve dos servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) está prestes a completar 40 dias de paralisação e reivindicações. Posteriormente, os docentes e estudantes de universidades e institutos federais se somaram à paralisação por mais orçamento para a educação, reajuste salarial e reestruturação de plano de carreira.

Em todo o país, já são quase 80 institutos federais e pelo menos 50 universidades que cessaram as atividades. 

Além da reivindicação de reestruturação do plano de carreira mais orçamento para as instituições, entre as demandas está a recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria. Já os professores de universidades federais querem reajuste de 22,71% em três parcelas de 7,06% por ano.

Em Curitiba, a greve está unificada entre as três categorias que compõem a UFPR, os servidores, os docentes e os estudantes. Nesta semana, eles se reuniram em um protesto reforçando as reivindicações atuais, em defesa da permanência estudantil e contra o arcabouço fiscal e o desmonte da universidade pública.

Na próxima quarta-feira (24), a partir das 9h, as categorias se reúnem novamente em uma assembleia comunitária de greve da UFPR, para o debate das pautas locais.

Edição: Pedro Carrano