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Palestina Livre

Brasília registra ato no Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino

Mobilização foi realizada mais uma vez em frente ao Museu Nacional da República

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino reuniu manifestantes em frente ao Museu Nacional da República - Camila Araujo

Brasília registrou um novo ato nesta quarta-feira, 29 de novembro, data que marca o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), convocado pelo Comitê de Solidariedade à Palestina.

“O dia de hoje é uma data institucionalizada pela ONU que tem consciência do erro histórico que cometeu contra o povo palestino”, declarou Maynara Naffe, representando a União Nacional dos Estudantes (UNE).

A data foi instituída pela ONU em 1977, 30 anos após a divisão do território Palestino para criação do estado de Israel, aprovada pela própria instituição sem consulta prévia aos habitantes da região.

Em 2023, esse dia ganha mais simbolismo, já que a população palestina, especialmente a que vive na Faixa de Gaza, vivencia uma escalada da violência realizada pelas forças militares israelenses. Na última semana, um cessar-fogo diminuiu as hostilidades, mas as mortes palestinas já somem cerca de 15 mil, incluindo mais de 6 mil crianças, segundo o Ministério da Saúde em Gaza.

Além disso, a Defesa Civil de Gaza calcula que mais de 7 mil pessoas estão desaparecidas.


Manifestante com a bandeira palestina estampada no rosto / Camila Araujo

Para Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe-Palestina (FEPAL), presente no ato em Brasília, “a chave começa a virar no mundo todo em favor da causa palestina”. Ele acrescentou que a data é um “mea culpa” da ONU por conta de uma “decisão ilegal e arbitrária” da partilha da Palestina e descreveu Israel como sendo portador de uma “ideologia colonial baseada na limpeza étnica de um povo inteiro”.

O representante da FEPAL ainda destacou alguns dados sobre os últimos 50 dias da ofensiva israelense contra o povo palestino. “Foram 468 palestinos assassinados ao dia. Nesta escala, na Europa atual, seriam 158 mil europeus mortos ao dia ao dia, ou um total de 7,5 milhões nos 50 dias. Na mesma escala, em seis anos, tempo de duração da Segunda Guerra Mundial, teriam morrido hoje 347 milhões (46% da população europeia e 4,5% da população mundial)”.

Representando o PSOL, Bruno Zaidan afirmou que o governo Lula cumpriu uma etapa importante em garantir a repatriação de brasileiros que estavam em Gaza e instou que o Brasil rompa relações com Israel. “As armas de Israel são as mesmas que matam a juventude negra”, destacou o militante.

Já a militante do movimento Faísca Revolucionária, Rosa Linh, criticou o governo Lula. “É uma verdadeira demagogia igualar Israel com a Palestina e manter relações políticas diplomáticas com o estado assassino”, declarou, acrescentando que é preciso “exigir na luta a ruptura”.

A estudante de direito da Universidade de Brasília (UnB), Luísa Valadares lembrou o posicionamento da instituição universitária. No dia 17 de novembro, o Conselho Universitário da UnB publicou uma nota afirmando uma “posição favorável à paz na região, a um cessar-fogo imediato, incluindo o fim do apartheid imposto ao povo palestino”.


Luisa Valadares, representando o DCE da UnB / Camila Araujo

Valadares, que é coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE), declarou ainda que “a UNB é e vai continuar sendo um território antifascista, não vamos aceitar nenhum retrocesso”.

Comitê e agenda

Composto por cerca de 30 entidades, entre partidos políticos e movimentos sociais, o Comitê de Solidariedade à Palestina foi criado em 13 de outubro em uma reunião no Sindicato dos Bancários. 

Segundo Sayid Tenório, vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), o Comitê é um instrumento de mobilização de forças e pessoas “que querem justiça, direitos e reparação para os palestinos, bem como um cessar-fogo que abra caminhos humanitários para o atendimento das vítimas civis em Gaza”.

Veja abaixo as próximas atividades públicas do Comitê:

01/12 – 16h – Ato na Embaixada dos EUA

10/12 – 10h – Ato no Eixão: 108 Asa Sul

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Edição: Flávia Quirino