Pernambuco

Carnaval 2023

Pluralidade segue como eixo principal do “carnaval melhor do meu Brasil"

No Recife, programação diversa incluiu polos descentralizados, comunitários e desfiles de agremiações

Recife| PE |
Bloco Coqueirinho de Beberibe durante preparação para se apresentar na passarela da rua João Lyra, em Santo Amaro - Fátima Pereira

Além do tradicional frevo, que é ritmo marcante e fortemente presente no carnaval do Recife, muitas outras manifestações culturais integram a programação dessa festa que movimenta tanto a capital pernambucana. Tem maracatu, caboclinho, troças, afoxés, diversos artistas (locais e nacionais), diferentes gêneros musicais com atrações distribuídas entre 44 polos, que levam programação desde o centro até os bairros.

Eula Paula é psicóloga, mora no bairro de Jardim São Paulo e fica feliz em poder brincar carnaval pertinho de casa. Mesmo tendo condições de frequentar também aos polos centrais, a psicóloga se alegra em saber que mesmo pessoas que têm dificuldades para se deslocar até o centro do Recife, também podem curtir a festa.  “O carnaval é a festa mais democrática que existe. Assim, ter um polo no bairro possibilita que pessoas que não conseguem, por alguma razão, se deslocar para o centro, possam aproveitar e se divertir também“. E continua,  “no bairro estamos próximos de casa, o transporte torna-se prático. Ir ao centro tem suas desvantagens, principalmente, em relação ao deslocamento".

A diversidade presente durante o carnaval é algo que encanta a psicóloga: “O carnaval de Recife é multicultural. Todos os ritmos se encontram aqui, do frevo raiz, como marchinhas, músicas clássicas do carnaval de Recife e Olinda, passando pelo maracatu, afoxé, ciranda e tantos outros".


Tribo Ubirajara durante preparação para apresentação / Fátima Pereira

Jasmin Silva integra o grupo Tribo de Índios Tabajaras de Goiana, que levam apresentações de caboclinho durante o carnaval. Ela relata que começam a se preparar muito antes dos dias de festa. Além dos ensaios, o grupo também se une para confeccionar as próprias vestimentas, que incluem grandes cocares, adornos de pena e colares. “É muito bom, porque a gente se envolve, todo mundo junto pela cultura", disse. Jasmin relata ainda que aguardavam um público maior durante apresentação no concurso de agremiações que ocorreu na Rua João Lyra, ao lado do Parque 13 de Maio, mas, de toda maneira, ficou feliz em poder se apresentar. Assim como Vânia Jacinto, fundadora do bloco Coqueirinho de Beberibe, que expressa a imensa alegria em poder voltar a desfilar na avenida: “a gente está amando, muito feliz com a retomada. Mesmo com tantas perdas que tivemos, a vida continua e com muita alegria e carnaval".


Apresentação da Tribo de Índios Tabajaras de Goiana / Fátima Pereira

Há muitos anos, o Sr. Antônio José acompanha o concurso de agremiações, além de já ter desfilado junto à escola de samba Sambistas do Cordeiro. Ele relata não ter gostado da estrutura nem da localização deste ano, preferia quando os desfiles aconteciam na Av. Dantas Barreto, mas não observa grande diferença em relação ao público.  “Eu gostava mais quando era lá na Dantas. Também pensei que, como a gente ficou muito tempo sem carnaval, esse ano ia ser tudo melhor, mas não“. Ainda assim, onde quer que aconteçam os desfiles, Sr. Antônio  afirma que irá prestigiar.  “Eu sempre tenho que vir ver a nossa querida Gigante do Samba, não perco. Também gosto muito de ver as troças, maracatus, caboclinho. Aqui tem de tudo", compartilha.

Entre polos centralizados, descentralizados, comunitários e desfiles de agremiações, a programação que se estende por toda a cidade, segue tendo como eixo principal a pluralidade, o desejo de celebrar e continuar tendo “o carnaval melhor do meu Brasil".

Edição: Elen Carvalho