Ceará

Reforma Agrária

Batizada de Terra Conquistada, MST lança marca de produtos da reforma agrária no Ceará

A marca conta com mais de 20 produtos registrados como: leite pasteurizado, queijo coalho, polpa de frutas e muito mais.

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
A marca tem como objetivo fortalecer as características sociais e ambientais da produção, dando ênfase à agroecologia e às relações de trabalho. - Foto: Aline Oliveira/ MST

Foi-se o tempo que o leite saía da vaca direto para a nossa mesa. Se você não mora na fazenda, muito provavelmente esse alimento percorre um longo caminho para chegar até você. Só que nesse caminho, muitas vezes pequenos produtores ficam de fora. No Ceará, produtos da reforma agrária agora também devem ganhar mais espaços nas prateleiras com o lançamento da mais nova marca cearense que comercializa produtos vindos de assentamentos e processados em agroindústria própria.
 
Após 33 anos de luta, o MST Ceará alcança agora uma nova conquista: o movimento acaba de lançar sua marca própria. Com mais de 20 produtos registrados, a marca tem como objetivo fortalecer as características sociais e ambientais da produção, dando ênfase à agroecologia e às relações de trabalho, que neste caso, é baseado na cooperação. E o nome não poderia ser mais emblemático: Terra Conquistada. 

“Nesta trajetória foram muitos enfrentamentos feitos, cercas rompidas. Cerca do latifúndio, cerca que impede o povo de ser livre. Portanto, a nossa luta, a nossa resistência tem garantido diversas conquistas. E nesse momento o Ceará está construindo uma marca própria para os produtos que são produzidos, fruto da terra, dos camponeses e camponesas desse estado”, celebra Gene Santos, da Direção Estadual do MST Ceará. 

 

Os produtos vêm das cinco regiões do estado, de cooperativas que atuam na produção e comercialização da marca, abastecidas a partir dos assentamentos e que trazem toda a riqueza e diversidade produzidas nestes espaços de resistência. “Nós temos o laticínio, que produz o leite pasteurizado, tanto o de saquinho como o de garrafa, o queijo coalho, a nata, o requeijão, o iogurte, a bebida láctea. Nós temos também duas agroindústrias de polpa de fruta, com sabores diversos e tamanhos diversos. Temos a parte da agroindústria de ovinos e caprinos, como também os embutidos como linguiça e o hambúrguer”, explica Florença Moreira, coordenadora da Frente de Comercialização do MST. 

Castanha, mandioca e mel também compõem a lista. Alguns deles, inclusive, saem com o selo de orgânico. Uma conquista que foi gestada por muitos e estruturada a partir de importantes parcerias. “Precisávamos ter uma marca que condissesse com a classe trabalhadora. Foi de onde veio a ideia, após discussões dentro do setor, vários fóruns de formação, e chegou na conclusão  de que a nossa marca, dos produtos da reforma agrária no estado do Ceará seria Terra Conquistada’, enfatiza Antônio Rodrigues, do setor de produção MST. 

“É motivo de muita alegria, do povo sem terra cearense, dos homens e mulheres que ousaram construir uma sociedade diferente. Portanto, a marca é uma reafirmação de que a luta pela terra, a luta pela reforma agrária é importante, não só para produzir alimento, mas para produzir resistência, para produzir identidade e deixando muito claro que o MST é um movimento que luta pela terra, luta pela produção de alimento, que luta pela vida”, finaliza Gene.  

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Edição: Francisco Barbosa