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Agora é rua, agora é redes, agora é Lula!

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Em Salvador, milhares de jovens saíram da praça do Campo Grande em defesa das universidades públicas - Luiz Carvalho/MAB
É por isso que todas as centrais sindicais brasileiras foram uníssonas em dizer que “Agora é Lula!”

Estamos em meio a um conturbado processo eleitoral, em que o que menos se vê é apresentação de propostas. De um lado porque não há propostas e de outro porque é obrigado a ficar respondendo às fake news, isso reduz seu espaço para a apresentação de suas propostas. E daí quem perde são as pessoas que esperavam ver propostas sendo apresentadas para poderem pesar entre o que têm e o que poderiam ter. 

No entanto, nós democratas e militantes do movimento sindical e popular somos os que mais sofremos com o cenário, pois necessitamos esclarecer a sociedade da necessidade de resgatarmos nossos direitos e lutar pela construção de uma nova política de valorização do salário mínimo, um salário que restabeleça a dignidade das trabalhadoras e trabalhadores, que traga novamente a possibilidade de termos e podermos fazer três refeições por dia.

Estamos diante de um cenário que nos coloca diante de uma encruzilhada histórica entre a civilidade e a barbárie. Sim, é isso: a barbárie! Pois se o desgoverno Bolsonaro imperar é isso que teremos. Seremos massacrados pelo sistema sem possibilidade de nos organizarmos e lutarmos pelo que historicamente lutamos que são nossos direitos. E é isso que tem feito com que muitas pessoas e personalidades políticas se posicionem pelo lado da civilidade declarando o voto em ao ex-presidente Lula, por entenderem que esta eleição pode ser um plebiscito para a instalação de um regime ditatorial baseado no autoritarismo e na vontade individual de Bolsonaro em desrespeito às pessoas e às minorias, aos grupos LGBTQIA+, aos indígenas, quilombolas e também às mulheres, negros e jovens.

O atual desgoverno promove o empoderamento da milícia e dos grandes grupos de empresários que esperam que Bolsonaro aprofunde a retirada de direitos. Afinal, atendendo a poucos grandes empresários que acreditam, pasmem, acreditam, que as brutais retiradas de direitos que a reforma trabalhista implementada pelo Congresso Nacional durante o governo do ilegítimo governo de Temer, que tomou por meio de um golpe o lugar da honesta e honrada presidenta Dilma Rousseff, fez, foi muito tímida e retirou poucos direitos da classe trabalhadora e deveria retirar muito mais.

A lógica elitista do desgoverno Bolsonaro encontra guarida na postura de poucos grandes empresários que apostam num governo que implemente a lógica do estado mínimo, que deixa os trabalhadores sem a opção a ter empregos dignos e com direitos, mas colocam nas costas das trabalhadoras e trabalhadores o fardo da sobrevivência de ter de se sujeitar ao trabalho em condições precárias, de baixa remuneração e com jornadas exaustivas.

Então, agora é o momento de colocarmos o bloco na rua e mudarmos essa situação. É a hora de trazermos de volta as esperanças às trabalhadoras e trabalhadores de voltarem a sonhar com os melhores anos que tivemos durante os governos democráticos e populares de Luís Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, onde e quando precisávamos ter organização e sindicatos fortes para pressionar os governos para obter as conquistas e avanços em nossas pautas, mas ao menos não tínhamos sobre nós o peso da política de perseguição a nossa organização e das práticas antissindicais dos empresários que inviabilizam em parte a nossa resistência.

Nesse sentido é que as centrais sindicais apresentaram o documento da Plataforma da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, a Conclat para as eleições de 2022 que faz um importante diagnóstico e aponta uma série de propostas com o viés classista para que possamos ter respeito e diálogo com o futuro governo democrático e popular, que esperamos venha da vitória nas urnas.

E a oportunidade de lutarmos para ter nossas reivindicações atendidas. Somente assim é que teremos perspectivas de poder voltar a empoderar as trabalhadoras e trabalhadores e a sua classe. Voltar a poder sonhar com uma política de valorização do salário mínimo, de políticas públicas, de programas sociais e de revogação da perda de muitos dos nossos direitos que nos foram retirados durante as terceirizações sem limites, das reformas da previdência e da reforma trabalhista.

É por isso que todas as centrais sindicais brasileiras foram uníssonas em dizer que “Agora é Lula!”, porque compreendem que a única possibilidade de sermos respeitados enquanto classe operária é com a volta do nosso ex-presidente Lula ao  Planalto. E a partir de agora todos os nossos esforços serão para que possamos consolidar a eleição do Presidente Lula, pois nele estão guardadas, estão depositadas todas as esperanças da classe trabalhadora, ou seja: eleger o presidente Lula novamente é a única alternativa viável contra a barbárie da sociedade e contra a prática de viés fascista do desgoverno Bolsonaro!

Por isso é que temos a missão imperativa de enquanto classe social saber que votar em Lula é nossa garantia de romper as amarras históricas de classe, onde sempre fomos explorados e tivemos nossos direitos diminuídos com a desculpa dos patrões e o discurso do desgoverno Bolsonaro de que não poderíamos ter as duas coisas: trabalho e direitos.

Muito pelo contrário, exigimos enquanto classe trabalhadora ter empregos decentes, dignos, que nos enobreçam enquanto trabalhadoras e trabalhadores, para que tenhamos a sensação de que estamos dando nossa contribuição para que a sociedade funcione como tem que funcionar, de forma democrática e inclusiva, para que todas e todos se sintam cidadãos e possam buscar um futuro melhore para si e para os seus, suas famílias e colegas de trabalho. Por todos esses motivos expostos é que queremos bradar alto em bom som, a todas e todos que agora é a hora de irmos para as ruas, para as redes e reafirmarmos que agora é Lula!

Sim, isso mesmo: que agora é Lula para que possamos voltar a ter esperanças enquanto classe trabalhadora e sermos felizes, com dignidade em nossos trabalhos e com direitos, sem que paire em nossas cabeças o medo e a desesperança de um regime conservador, autoritário e retrógrado!

Portanto, Agora é Rua! Agora é Redes, Agora é Lula!

Edição: Pedro Carrano