Rio Grande do Sul

Feminismo

Jornada do Movimento dos Pequenos Agricultores promove encontro das Mulheres em Luta

Atividade do MPA foi realizada durante a programação da Feicoop, no último sábado (9), em Santa Maria (RS)

Brasil de Fato | Santa Maria (RS) |
Publicação foi compartilhada entre as participantes da atividade - Corbari

Mulheres camponesas, militantes sociais e trabalhadoras do campo e da cidade reuniram-se, no último sábado (9), a partir do convite do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), para debater suas pautas e fortalecer a luta. A atividade foi realizada integrando a programação da Feira Internacional do Cooperativismo e Economia Solidária, a Feicoop, no espaço do Centro de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, em Santa Maria (RS). Interliga-se com as ações da Jornada de Lutas promovida pelo movimento no período.

"Foi uma tarde em que se comemorou a vida e também se honrou a memória dos 600 mil brasileiros e brasileiras que partiram na pandemia de covid-19", explicou Letícia Chimini, assessora da atividade. “Também reafirmamos a denúncia da negligência do governo Bolsonaro e todas as ações realizadas contra o povo”, frisou.

A pauta do encontro centrou-se em estudos e reflexões acerca do Feminismo Camponês e Popular, reforçando a afirmativa de que a luta contra a desigualdade de gênero deve ser também antimachista, antirracista, anti-imperialista e de classe. “Seguimos imbuídas da necessidade de avançar, fortalecendo a organização e a mobilização da classe trabalhadora”, completou Chimini.

Edcleide da Rocha Silva, camponesa de União dos Palmares (AL) e militante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), saudou o evento e reforçou as motivações das participantes. “O espaço foi muito acolhedor, coletivo e formativo. Debateu a construção concreta da luta das mulheres do campo e a diversidade de povos que reverbera no Feminino Camponês popular”, disse.

No espaço foi reafirmada a importância da luta social e popular, da identidade de classe e debate de gênero e raça, que constituem temas centrais para as mulheres, seja no campo ou na cidade. “São espaços como esses que nos fortalecem na construção do projeto de sociedade justa onde Soberania Alimentar é construída na coletividade e por isso reafirmamos juntas que com feminismo construímos agroecologia e socialismo, enquanto sem feminismo a luta vai pela metade", reforçou a camponesa.


Espaço colocou o feminismo e o seu papel na transformação da sociedade em debate / Foto: Divulgação MPA

Conjuntura nacional e desigualdade de gênero

Durante o encontro, foram abordadas as pautas e lutas das mulheres camponesas e também a conjuntura nacional e as dificuldades enfrentadas a partir do enfraquecimento e perda de políticas públicas e programas sociais de enfrentamento a desigualdade de gênero.

Mayara Godoi Daminan, vinculada ao MPA em Palmeira das Missões (RS), destacou o fato do encontro abrir a possibilidade de associar as pautas e lutas das mulheres à conjuntura nacional. “Estamos vivenciando a ampliação das dificuldades enfrentadas a partir do enfraquecimento e perda de políticas públicas e programas sociais de enfrentamento a desigualdade de gênero”, pontuou.

“A construção de um feminismo camponês e popular como ferramenta de luta por direitos e pela emancipação das mulheres do campo, que diariamente resistem contra as opressões impostas pelo machismo e o patriarcado”, expressou a jovem militante, que além dos temas do campesinato, também se mobiliza pelas pautas LGBTQI+, se faz urgente. “Foi um espaço enriquecedor e acolhedor, onde partilhamos nossos sonhos e onde reafirmamos mais uma vez o compromisso em construir uma sociedade mais justa, com respeito e livre das opressões”, completou.


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Edição: Marcelo Ferreira