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Editorial | Em dia nacional de luta, brasileiros vão às ruas neste sábado(2) por Fora Bolsonaro

Continuar construindo grandes atos de massas nas capitais e cidades polo para derrotar o inimigo principal: o fascismo

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
As condições da vida do povo brasileiro pioram a cada dia. 20 milhões de pessoas passam fome e 84,9% estão na situação de insegurança alimentar. - Hannah Letícia/MST-MA

A calamidade da pandemia de coronavírus continua. De acordo com informações divulgadas pelo Governo Federal, chegamos a marca de 21.427.073 casos confirmados, 596.749 mortos até o momento e 20.425.139 casos recuperados. Estes números impactam a conjuntura, a vida das famílias, a atividade econômica, a situação política e a capacidade dos movimentos populares em realizar lutas. Enquanto isso, a vacina avança, colaborando na diminuição dos contaminados e de mortos.

As condições da vida do povo brasileiro pioram a cada dia. 20 milhões de pessoas passam fome e 84,9% estão na situação de insegurança alimentar. A inflação geral chegando perto de 10% no último período. Inflação dos alimentos, luz e do gás acima deste índice, o que afeta o poder de compra dos mais vulneráveis. Preço dos combustíveis e da energia elétrica em alta impactam todas as cadeias da economia brasileira. Com as privatizações, os preços destes setores estão fora de controle.

A estratégia do governo Bolsonaro e do setor burguês é garantir o apoio do centrão, mantendo a base no Congresso e a aliança político-eleitoral para 2022. Por isso mantêm medidas econômicas que beneficiam este grupo como: estimular pautas ideológicas bolsonaristas para manter a base de apoio fiel, que é aproximadamente 30% e avançar com o programa neoliberal no Congresso, com privatizações e reformas para atender o interesse do grande capital.

A oposição de direita a Bolsonaro continua sem demostrar viabilidade eleitoral e agora demonstra fraqueza em expressar uma pequena força de massa nas ruas, como demonstrado no dia 12 de setembro. O resultado pode ser considerado um fracasso por alguns motivos, entre eles: este setor não tem um programa diferente de Bolsonaro, não apresentaram até o momento uma unidade entre os partidos e não possuem uma liderança que dê cara e coesão ao grupo. 

Desafios das forças populares é avançar na luta contra Bolsonaro, na derrota do fascismo e no fortalecimento da democracia. Casar a luta contra o fascismo e o neoliberalismo nas ruas, nas redes sociais, nos territórios urbanos e rural, nos ambientes de trabalho e convivência, nas ações culturais, nos meios de comunicação e na vida cotidiana. Organizar o trabalho de base e educação popular e atividades pedagógicas e políticas em relação aos problemas que afligem o povo, seus anseios de mudança e os rumos da construção da esperança. Frei Sérgio, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), resumiu em quatro palavras/temas: Pão, paz, trabalho e democracia.

É necessário chegar num consenso com as forças populares para a construção de um programa mínimo com questões que sejam de interesse do povo, como por exemplo: enfrentar a fome através da produção de alimentos via agricultura familiar camponesa; gerar trabalho e renda através de associativismo e cooperativismo; combater a violência fascista e estimular a convivência civilizada; defender a soberania popular e nacional sobre os territórios, os bens comuns da nação e do povo e sobre as empresas públicas estratégicas; retomada e investimentos massivos no SUS para cuidado com a vida e saúde do povo; estimular ações culturais e irreverentes através da juventude.

Continuar construindo grandes atos de massas nas capitais e cidades polos, realizando o trabalho de base nas periferias das grandes cidades, inclusive com a classe trabalhadora, para construir um novo ciclo de avanços e derrotar o inimigo principal: o fascismo. Por isso todas, todos e todes às ruas no dia 02 de outubro. Pátria livre. Venceremos.

Edição: Francisco Barbosa