Rio Grande do Sul

Privatização

Trabalhadores da Carris seguem com paralisação contra privatização da empresa

Na manhã desta sexta-feira (3), os rodoviários realizaram caminhada pelo centro de Porto Alegre

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Trabalhadores seguem mobilização contra privatização da empresa pública de transporte coletivo da Capital - Joana Berwanger/Sul21

Com faixas e tambores, os trabalhadores da Carris realizaram, na manha desta sexta-feira (3), uma caminhada pelas ruas de Porto Alegre com objetivo de alertar a população sobre os riscos da privatização da empresa. A desestatização da companhia faz parte dos projetos encaminhados pelo prefeito Sebastião Melo (MDB) à Câmara de Vereadores referentes ao transporte público da Capital.  

Durante o ato os trabalhadores também protestaram contra a decisão da Câmara de Vereadores, que nesta quarta-feira (2) aprovou a extinção da profissão de cobrador, projeto que integra o pacote de Melo. Além da privatização, aguarda para se votado o fim de isenções de tarifa.

A caminhada desta sexta-feira foi acompanhada de perto por integrantes do batalhão de choque da Brigada Militar. Ela também foi acompanhada pelos vereadores Matheus Gomes (PSOL) e Bruna Rodrigues (PCdoB). 

Os trabalhadores permanecem em vigília em frente à sede da empresa, localizada no bairro Partenon e seguem articulando os próximos passos da mobilização em defesa da Carris pública. Em assembleia realizada durante a tarde, ficou acordado uma nova mobilização para próxima segunda.

Representantes dos funcionários reforçam que 65% da frota está circulando, em respeito ao acordo feito junto ao Tribunal Regional do Trabalho. O percentual mínimo de circulação foi estipulado em uma liminar assinada pelo desembargador Francisco Rossal do Araujo. Em sua decisão o magistrado pondera que a não prestação de serviço de transporte coletivo pode colocar em risco a população de Porto Alegre, quanto ao acesso à saúde.

Contudo, o desembargador salienta a legitimidade da paralisação. “Por outro lado, aos trabalhadores não resta outra saída senão o movimento paredista, em face da possibilidade de privatização da empresa e consequente e sabida perda de empregos, caso venha a ser efetivada”, apontou. A liminar prevê pena de multa diária de R$ 20.000,00 caso seja descumprido o acordo.

Por meio de sua conta oficial no twitter o prefeito Sebastião Melo voltou a afirmar que a greve seria injusta, inadequada e inoportuna. “O que mais se vê na porta da Carris são bandeiras de partidos políticos e não trabalhadores”, frisou, ressaltando que se não for cumprido o acordo judicial na greve da Carris, "é corte de ponto e salário imediatamente".

Em resposta ao prefeito, o vereador Matheus Gomes postou um vídeo contestando a afirmação, mostrando que havia sim trabalhadores da empresa. 

 


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Edição: Marcelo Ferreira