Paraíba

GREVE GERAL

Servidores públicos paralisam nesta quarta (18), por 24 horas, contra reforma administrativa

"Não é um dia de luta apenas dos servidores públicos, mas de todos os trabalhadores", diz Tião Santos da CUT-PB

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Greve Geral dos Servidores Públicos. - Reprodução

Trabalhadoras e trabalhadores do Serviço Público vão paralisar suas atividades por 24 horas nesta quarta-feira (18). Será uma greve nacional da categoria em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/2020, que está sendo chamada de “reforma administrativa”.  Na Paraíba, atos vão acontecer em várias cidades.

Em João Pessoa, a partir das 10h, os servidores vão protestar em frente ao prédio da Receita Federal, já em Campina Grande, o ato será na Praça da Bandeira, também a partir das 10h. Também vai acontecer na parte da tarde, às 16h, uma live com a participação de lideranças sindicais e políticas. Na cidade sertaneja de Patos, o ato será à tarde em frente ao Banco do Brasil, a partir das 17h.

O dia de greve nacional foi definido durante o Encontro Nacional dos Servidores e Servidoras, que aconteceu em 29 e 30 de julho, com a presença de mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras de todo o funcionalismo público das três esferas – municipal, estadual e federal.

Se aprovada, a reforma Administrativa destruirá os serviços públicos, afetando todos os brasileiros, que já lutam pela sobrevivência e sofrem todos os tipos de ataques do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL). A mobilização faz parte da onda crescente de protestos populares que vem tomando as ruas desde o mês de maio deste ano.

A PEC 32 ataca ainda os servidores públicos, considerados ‘marajás’, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que ignora que metade desses trabalhadores ganha menos de R$ 3 mil. A reforma Administrativa não atinge os verdadeiros altos salários, como de juízes, militares, entre outros.

A luta contra a PEC 32 é pauta principal deste dia, mas a mobilização é também contra o desemprego, pelo auxílio emergencial de R$ 600, por vacinação já para todos e todas, contra as privatizações e o empobrecimento da população. São motivos mais que suficientes para que a classe trabalhadora manifeste seu basta, diz Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT. 

“Estamos fazendo essa convocação e esperamos que os trabalhadores voltem às ruas para protestar. Acreditamos muito no poder da mobilização, na luta e no poder dos trabalhadores”, afirmou Tião Santos, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) da Paraíba. A organização do movimento, também conta com as seguintes entidades: ADUFPB, ADUEPB, FentECT, CSP-Conlutas, Fonasefe, Intersindical, CTB, ANDES-SN, Sintect-PB, Sinasefe, Sintef-PB, ADUFCG, Sintab, Sintespb e Sintep.

Haverá faixas, cartazes, distribuição de panfletos e um carro de som, onde as lideranças presentes irão se revezar fazendo falas sobre os perigos da contrarreforma administrativa do governo federal. “Estamos convocando todas e todos aqui em João Pessoa a participarem do ato público, em frente à Receita Federal, na avenida Epitácio Pessoa, mantendo, claro, todos os cuidados sanitários, como uso de máscara N95 ou PFF2 e higienização das mãos com álcoo. lEsse é um momento decisivo na luta contra a PEC 32 e é preciso mostrar a força dos trabalhadores, que se reflete nas ruas, pressionando os parlamentares a dizerem não à morte do Serviço Público”, enfatizou  Fernando Cunha, presidente da ADUFPB.

CUT-PB

Segundo o presidente da CUT-PB, Tião Santos, a agenda de destruição, ataques à classe trabalhadora e retirada de direitos do governo Bolsonaro avança a cada dia. “A reforma administrativa está a todo vapor no congresso e acreditamos que só vamos barrá-la com o povo nas ruas, protestando e pressionando os deputados para que eles não votem por esse desmonte. Isso não é uma reforma, é o fim no serviço público!”, alertou.

Tião Santos ressaltou que a PEC 32 não é a única ameaça aos direitos dos trabalhadores brasileiros. Na última quinta-feira (12), a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória nº 1.045/2021, que precariza ainda mais as relações de trabalho no país, retirando o direito a férias e até ao FGTS. “É rasgar o que nos resta da CLT!”, sentenciou o presidente da CUT-PB.

Por essa razão, segundo ele, o 18 de agosto não é um dia de luta apenas dos servidores públicos, mas de todos os trabalhadores.

Apoio à greve dos Correios

Além das atividades referentes à greve nacional do Serviço Público, os sindicatos, federações e centrais sindicais da Paraíba também vão integrar nesta quarta-feira o movimento grevista dos trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos. Na terça-feira (17), o sindicato da categoria (Sintect) realiza assembleia para aprovar a paralisação das atividades por tempo indeterminado e, na quarta, oferece um café da manhã, a partir das 7h, no prédio da unidade central da ECT em João Pessoa, localizada no bairro do Cristo.

Tramitação da PEC

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/2020 ainda não tem prazo para ser colocada em votação na Câmara, mas já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para aprovar uma PEC, são necessários os votos favoráveis de 308 deputados. Após ser apreciada pelo plenário da Câmara em dois turnos, a matéria ainda precisa ser aprovada também em dois turnos no Senado por pelo menos 41 votos, antes de ser promulgada.

Fonte: Ascom ADUFPB

Edição: Heloisa de Sousa