IRRESPONSABILIDADE

Bolsonaro promove aglomerações em SP e é multado por governo Doria

Presidente foi multado anteriormente pelo governador do Maranhão por descumprir regras sanitárias no estado

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Manifestantes se aglomeraram sem máscaras - Arquivo/Agência Brasil

Em meio ao avanço da pandemia, que já soma quase 490 mil mortos no Brasil, na manhã deste sábado (12), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou de uma motociata que percorreu um trajeto de cerca de 100 km em São Paulo (SP).

Assim como em atos públicos anteriores, o presidente causou aglomerações e não utilizou máscaras de proteção contra a covid-19, sendo multado pelo governo de São Paulo.

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A Polícia Militar (PM) de São Paulo informou que revistou os motociclistas e que a maioria estava sem máscaras e aglomerados.

O ato já causou um acidente e deixou três pessoas feridas. Duas delas assinaram um termo recusando atendimento e outra pessoa, considerada como vítima moderada, está sendo acompanhada.

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A motociata na grande São Paulo acontece duas semanas após um evento similar na cidade do Rio de Janeiro, onde o presidente, acompanhado de seu ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello, discursaram sem máscaras para os seus apoiadores. O número de apoiadores do governo federal ainda não foi confirmado pela PM de São Paulo. 

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Bolsonaro multado

O presidente Jair Bolsonaro foi multado pelo governador de São Paulo João Doria (PSDB) por não utilizar máscara durante a motociata neste sábado (12). Além do capitão reformado, a autuação no valor de R$ 552,71 foi feita ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, que também participaram do ato. 

Na quarta-feira passada (9), Doria afirmou que o presidente seria multado caso desrespeitasse as normas sanitárias no estado. Anteriormente, no dia 21 de maio, o capital reformado foi multado no Maranhão pelo mesmo motivo deste sábado, desrespeito às regras contra a contaminação de covid-19.

Discurso

Em frente ao Parque do Ibirapuera, Jair Bolsonaro manteve seu discurso em defesa da utilização de hidroxicloroquina, críticas ao isolamento social, além de sugerir a implementação de um decreto contra o uso de máscaras preventivas ao vírus da covid-19, como publicou o site Carta Capital.  

Alvo da CPI da Pandemia no Senado, o presidente alegou que estava para "salvar vidas", sugerindo a utilização de remédios sem comprovação científica, como hidroxicloroquina e ivermectina. 

De acordo com o site Carta Capital, Bolsonaro também voltou a repetir a mentira da "supernotificação" de casos da covid-19 no Brasil. Ou seja, a utilização indevida de um documento manipulado por um servidor público e inserido no sistema do Tribunal de Contas da União (TCU).

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Repercussões

O senador Humberto Costa (PT-PE), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que acompanha a postura e as omissões do governo diante da pandemia de covid-19 criticou a recorrência de Bolsonaro nos atos públicos. 

"Bolsonaro já está sem máscara aglomerando pelas ruas de São Paulo. Até quando?", publicou o parlamentar pernambucano em sua conta no Twiteer.

O ex-ministro da Saúde, médico e deputado federal (PT-SP), Alexandre Padilha, afirmou nas redes que a aglomeração deve ser investigada. 

Já o relator da CPI da Pandemia, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez críticas ao governo Bolsonaro e destacou a crise de covid-19 no país ao relacionar os atos de pilotar uma moto e presidir o país. 

*Com informações da Carta Capital

Edição: Daniel Lamir