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Covid-19

Pinheirinho é o bairro mais afetado pela pandemia em Curitiba, aponta estudo da UFPR

Terminal do Pinheirinho, responsável por integração com região metropolitana, pode ser foco de disseminação do vírus

Curitiba (PR) |
Professora da UFPR aponta necessidade de "intervenções rápidas e baratas nos terminais" para diminuir transmissão do vírus - Foto: Giorgia Prates

Pesquisadores identificaram que a região do Pinheirinho, na zona sul de Curitiba, é a mais afetada pela pandemia, tanto na incidência de casos quanto na taxa de mortalidade. A constatação foi feita por integrantes da Rede Cooperativa de Pesquisa em Modelagem da Epidemia de Covid-19 e Intervenções não Farmacológicas (Modinterv), a partir de uma análise baseada em dados do Portal Modinterv Paraná Covid-19.

A ferramenta aponta que, a cada 100 mil habitantes, quase 13 mil foram infectados com o novo coronavírus no distrito sanitário do Pinheirinho, que engloba esse e outros bairros próximos. A segunda maior incidência de casos ocorre no distrito sanitário da Cidade Industrial, com quase 12 mil contaminados.

Os menores índices foram encontrados nas regiões do Cajuru e de Santa Felicidade, com nove e oito mil contaminados a cada 100 mil habitantes, respectivamente.

Com relação à taxa de mortalidade por Covid-19, a região do Pinheirinho também lidera, com cerca de 365 mortes a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar, está o distrito sanitário do Boqueirão, com 306 óbitos. Santa Felicidade permanece em último lugar, com 205 registros. Os dados utilizados nessas projeções são de 1º de junho.

Terminal de ônibus pode ser foco de disseminação

O fato de o bairro Pinheirinho e seus arredores serem os mais afetados pela pandemia está atrelado ao número de pessoas que circulam diariamente por essa região. Para Maria Carolina Maziviero, professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o terminal de ônibus do Pinheirinho, responsável pela integração com municípios da região metropolitana, como Fazenda Rio Grande e Araucária, pode ser um dos principais focos de disseminação do vírus.

“Esses dados apontam a necessidade de pensar ações emergenciais em escala regional, que extrapolem o perímetro dos municípios. Também é fundamental prever intervenções rápidas e baratas nos terminais para mitigar a transmissão do coronavírus, além de ser imprescindível a revisão da gestão e do financiamento do transporte coletivo de modo a evitar as superlotações”, analisa Maria Carolina.

Edição: Lia Bianchini