Rio Grande do Sul

Solidariedade

Arrecadação de fundos permite construir cozinhas comunitárias em ocupações da Capital

Projeto é parceria da Associação Feira Rua da Praia com o Conselho Regional pela Moradia Popular e o Projeto Sopão

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Local onde será construída a primeira cozinha na Ocuação Império - Reprodução

Uma parceria entre a Associação Feira Rua da Praia (Asferap/RS) com o Conselho Regional pela Moradia Popular (CRMP) e Projeto Sopão promoveu uma campanha de financiamento coletivo para construir cozinhas solidárias e fogão campeiro em ocupações de Porto Alegre.

Segundo Juliano Fripp, um dos responsáveis pelo projeto e representante da Asferap, a ideia da arrecadação de fundos para construir as cozinhas veio a partir do contato das entidades com as ocupações. Desde o início da pandemia, as organizações já reuniam doações de alimentos para os moradores dessas ocupações, porém, ao chegar nos locais, se percebia que, além da fome, havia o problema de muitas vezes não haver como cozinhar os alimentos, seja por falta de uma cozinha ou mesmo pelo alto preço do botijão de gás.

"As pessoas precisam escolher entre comprar comida ou comprar gás, e claro, optam por comprar comida, e, para cozinhar, fazem fogo no chão. Como eu costumo dizer, é como se voltassem para a era das cavernas. A partir disso, queremos construir fogões campeiros e fogões coletivos, onde várias pessoas possam cozinhar coletivamente e ter um espaço para fazer isso dignamente", afirma Fripp.

Ele conta que a construção dessas obras será tocada com a ajuda de voluntários e com os próprios moradores das ocupações. O objetivo é construir cerca de 10 dessas estruturas, sendo que, neste momento, serão construídas inicialmente três, nas ocupações Império, São Luiz e Vida Nova. Informa também que o objetivo inicial era arrecadar valores somente para a primeira obra, mas como o financiamento coletivo arrecadou mais do que o esperado, foi possível viabilizar as três cozinhas. A primeira obra seria feita na Ocupação Império, neste sábado (29), porém o tempo ruim não permitiu.

Juliano Fripp lembra ainda que o projeto se torna mais necessário em um momento em que a pandemia tornou as famílias ainda mais vulneráveis. Muitos dos moradores dessas ocupações são trabalhadores informais, vendedores ambulantes, catadores, etc. A perda de seus ganhos devido à pandemia só tornou ainda mais dramática sua situação, agravada com a diminuição dos auxílios emergenciais.

Interessados em contribuir com o projeto, seja com valores para as cozinhas ou com alimentos, e até mesmo mão de obra para as construções, pode conhecer o projeto na plataforma Vakinha, ou entrar em contato com o Projeto Sopão ou com o Conselho Regional pela Moradia Popular (CRMP) no Facebook.


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Edição: Marcelo Ferreira