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Volta às aulas presenciais é tragédia anunciada, alerta sindicato

Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região defende volta somente após vacinação

Curitiba (PR) |
Para Sinpes, voltar às aulas presenciais é irresponsabilidade que pode colocar vidas em risco - Reprodução

Obrigar professores e estudantes de instituições de ensino superior a voltar às aulas presenciais, mesmo que no sistema híbrido e respeitando normas de segurança contra a Covid-19, é uma irresponsabilidade que pode colocar milhares de vidas em risco. Essa é a posição defendida pelo Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (Sinpes).

A capital paranaense e Região contam com mais de 120 mil alunos de ensino superior, segundo dados do Censo da Educação Superior de 2018. Destes, cerca de 72% estão no ensino privado, que agora estuda a volta às aulas presenciais.

O Sinpes lembra que, no ensino público, existe a sinalização de que retorno das aulas presenciais - na rede estadual do Paraná e municipal de Curitiba - deve acontecer apenas em maio, após a vacinação de professores.

Para o presidente do sindicato, Valdyr Perrini, não há razão plausível para que as instituições de ensino superior pública recebam tratamento diferenciado das instituições de ensino privada nesse particular. “A intransigência das instituições de ensino privada acabará se tornando verdadeiro tiro no pé”, destaca Perrini.

Estudantes estão entre faixas etárias de maior infecção

Dados da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa-PR), divulgados em março, apontam que a média de idade dos infectados, no estado, é de 39 anos. A faixa etária com o maior número de casos é de 30 a 39 anos, seguida de 20 a 29 anos e de 40 a 49 anos. O Mapa do Ensino Superior no Brasil 2020 mostra que o estudante das instituições de ensino superior brasileiras tem um perfil: é branco, do sexo feminino, com idade entre 19 e 24 anos e estuda em instituições privadas à noite. Ou seja, encaixa-se na segunda faixa de maior de infecção por coronavírus (20 a 29 anos).

A eles, somam-se cerca de cinco mil professores e professoras e em torno de dois mil auxiliares de administração escolar que trabalham em instituições privadas. Pesquisa feita pelo Sinpes no mês de fevereiro apontou que 32,2% dos entrevistados declarou pertencer a grupos de risco. Na mesma pesquisa, 81,9% responderam que são contra o retorno das aulas presenciais antes das vacinas chegarem aos professores. 

Edição: Lia Bianchini