“Eu mais velha" foi sentido como um meio de manter vivos os saberes, as pessoas e a memória, como um espaço para que a história seja contada por outros protagonistas”, explica Bianca. “Também como possibilidade de resgate e de algum modo perpetuação dos saberes tradicionais, passados de geração a geração nesse local por centenas de anos, mas que vêm sendo apagados em função de diversos desafios da contemporaneidade.”
As autoras circularam por quase dois anos em comunidades do litoral do Paraná, na região do Parque Nacional do Superagui e Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, um dos mais importantes ecossistemas costeiros do mundo. Encontraram, em seis dessas comunidades as personagens do livro: Joventina Wariju, Mariquinha, Leontina, Nilse, Cesarina, Cleonice e Alzira, esta já falecida, que compartilharam saberes sobre benzimentos, orações, simpatias, batismo, defumações, dietas, remédios, por exemplo.
A cultura caiçara e dos Guaranis M’bya passa por uma série de desafios. Muitos dos filhos e netos dessas pessoas nunca viram uma roça, não bailam mais fandango como antes e estranham os remédios naturais. Entretanto, os conhecimentos ancestrais existentes nas ilhas ainda estão vivos. Por isso a importância de relembrar como os mais velhos realizavam a cura nessa região e refletir sobre a relação dessas tecnologias ancestrais de cura e a contemporaneidade.
SERVIÇO:
Rumos Itaú Cultural 2017-2018
Eu mais velha – cura, fé e ancestralidade
Pré-venda: a partir de 8 de março
Preço: R$60, os primeiros 130 volumes
PARA SABER MAIS ACESSE https://www.facebook.com/eumaisvelha
Edição: Ana Carolina Caldas