Paraná

Pandemia

Aumentam atendimentos para crianças com suspeita de Covid-19 no Paraná

Hospital Pequeno Príncipe, referência em pediatria no estado, pede cuidados redobrados às famílias

Curitiba (PR) |
Médico alerta que entre os motivos para o aumento está o relaxamento dos cuidados com as medidas de prevenção - Divulgação

Já são mais de 400 atendimentos mensais de casos suspeitos de Covid-19 em crianças e adolescentes realizados em 2021 no Hospital Pequeno Príncipe, que é referência em pediatria no Paraná. A média mensal já é maior em comparação ao ano passado: de março a dezembro de 2020, segundo dados do hospital, a taxa de casos confirmados era de 19,3%. Em 2021, somente nos primeiros quinze dias de março, subiu para 40,6%.

Apesar do número de internações ainda não acompanhar o aumento de casos e atendimentos, já é possível verificar crescimento significativo. Segundo informações do hospital, a média mensal de internamentos de março a dezembro de 2020 era de 8,4 casos. Em 2021, nos três primeiros meses, a média passou para 13 casos. Desses internamentos, no ano passado, o hospital pediátrico registrou cinco mortes por Covid-19. Neste ano, uma criança morreu. E, atualmente, 8 crianças com Covid-19 estão internadas no hospital.

Descuidos provocam aumento, diz infectopediatra 

Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Pequeno Príncipe, há aumento na procura no pronto-atendimento nas últimas semanas com o agravamento da pandemia. Para o vice-diretor técnico do hospital, o infectopediatra Dr. Victor Horácio de Souza Costa Junior, mesmo com o aumento, os sintomas ainda são leves em crianças. “É feito no hospital o diagnóstico e a maioria dos casos confirmados tiveram sintomas leves, sem necessidade de UTI, e recomendou-se o isolamento domiciliar,” explicou.

O médico, no entanto, alerta que o aumento se dá por relaxamento dos cuidados com as medidas sanitárias. “Esses dados são decorrentes de feriados, férias e viagens, onde os cuidados como distanciamento, isolamento, higienização das mãos e uso de máscaras foram deixados de lado. Somando a esses descuidos, há uma nova variante do coronavírus circulando no Paraná que tem como característica uma maior transmissibilidade e maior poder patógeno. Esse cenário justifica também o aumento de casos na faixa etária pediátrica”, disse.

Hospital sugere aulas remotas e mais cuidados

Com o agravamento da pandemia no Paraná, o Hospital Pequeno Príncipe emitiu uma nota à sociedade, alertando, especialmente as famílias com crianças. “A diversidade ambiental e étnica do Brasil, tendo a presença de diferentes cepas do vírus circulantes nesta fase incipiente da vacina, cria um ambiente propício e singular para a proliferação de mutações do vírus, de proporções nunca vistas, com impacto social, econômico e ambiental. Sendo assim, recomendamos às famílias com crianças sob sua proteção que ajam com o maior rigor e consciência coletiva possível. Todas essas medidas não só protegerão seus filhos como também seus familiares e o restante da sociedade”, informou o hospital em trecho da nota.

Há a recomendação, ainda, para que as crianças se mantenham em aulas remotas, além de outros cuidados: “evitar o convívio familiar com pessoas que não residem no mesmo local; reforçar os cuidados diários de higiene e desinfecção da casa; não levar as crianças às compras, seja no supermercado, lojas de rua ou shoppings; priorizar o acesso às aulas remotas, retornando às aulas presenciais quando o cenário permitir.” 

Edição: Frédi Vasconcelos e Lia Bianchini