Paraná

Dia da Mulher

A luta pelo direito à vida marca o Dia Internacional da Mulher em 2021

O tema foi debatido no Programa Quarta Sindical, realizado numa parceria entre o Brasil de Fato e a CUT Paraná

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Programa Quarta Sindical acontece todas as quartas feiras, às 11h30. - Divulgação

A luta feminista é marcada por diferentes períodos e lutas, desde o direito ao voto, o direito de estudar e trabalhar, entre outros. Na conjuntura atual marcada pela pandemia do coronavírus as mulheres, além da luta por vários direitos ainda não garantidos, lutam pelo direito de viver, tanto do ponto de vista da saúde mental e física, como da violência decorrente do aumento de casos de feminicídio durante a pandemia. Este tema foi destaque no Programa Quarta Sindical, deste dia 03 de março, que debateu sobre as demandas urgentes das mulheres trabalhadoras.  O debate contou com a participação da deputada Luciana Rafagnin e a diretora da CUT-PR e vice-presidenta da CNTE, Marlei Fernandes.

Para a professora Marlei Fernandes, os impactos da pandemia foram muito maiores e graves para as mulheres. “Estamos em uma luta histórica em busca dos nossos direitos e, destaco que neste momento estamos numa luta pela vida. Para todos os brasileiros e brasileiras, vivemos uma tragédia humanitária fruto de um governo omisso e negacionista. Agora, destaco que os impactos desta pandemia foram muito mais duros para as mulheres. Antes mesmo da pandemia, a mulher já vem com o histórico de sobrecarga de trabalho, de violência doméstico e isso aumentos muito na pandemia.” Pois, segundo ela, a grande maioria das mulheres está à frente das famílias tanto no suporte emocional como financeiro. “Somos 52% da população no Brasil. Somos a maioria. A pandemia afetou a agricultura familiar, que a maioria da produção é das mulheres, afetou as trabalhadoras do lar, que fazem o serviço doméstico nas casas, afeta brutalmente as educadoras, as assistentes sociais, as trabalhadoras da saúde. Nós mulheres fomos amplamente afetadas em nosso trabalho, na nossa condição de vida, sem auxílio do governo neste momento de pandemia,” conclui.

Já para a deputada Luciana Rafagnin, as mulheres sofrem o impacto da pandemia por falta de um olhar dos governos para elas. “Podemos citar o auxilio emergencial como uma medida que contribuiu, de certa forma, para as mulheres. Mas, agora, elas estão sem. Muitas outras medidas e políticas publicas poderiam ter sido implementadas para dar tranqüilidade a estas mulheres mães, trabalhadoras, chefes de família. Tivemos muitos desemprego entre as mulheres que tiveram que abandonar trabalhos para poderem,por exemplo,ficar com os filhos em casa.” Por isso, “o mais importante é cobrar dos governantes que a população seja vacinada o mais rápido possível porque assim , aos poucos poderemos voltar à vida normal.”

Conquistas históricas e luta pela vida 

Para Luciana, é preciso também reforçar a importância da luta coletiva a partir das organizações que fazem o enfrentamento do sistema patriarcal. “Nossos sindicatos, associações e cooperativas é que fazem a defesa dos nossos direitos. Tudo que foi conquistado no decorrer da história, como na questão do voto, que celebramos no dia 24 de fevereiro 89 anos desta conquista, o direito de ir à escola que ocorreu em 1827. Por muitos anos a cultura patriarcal permaneceu e ainda permanece. Precisamos vencer isso para que a mulher possa ter a liberdade do trabalho, de andar na rua sem medo de morrer e ser respeitada. É o que queremos. Nossa bandeira é pela igualdade e vamos continuar lutando por isso”, completou. 

Ao ser perguntada sobre as demandas urgentes para as mulheres trabalhadoras, Marlei reforçou que é a luta pela vida. “ A Rede de Mulheres da América Latina realizou uma pesquisa e divulgou que 82% das mulheres brasileiras estão sofrendo com problemas de saúde mental, com agravamento de ansiedade, medo e solidão. Além disso, temos muitos dados do aumento da violência doméstica neste momento em que é necessário o isolamento social.  Junto a tudo isso, é preciso intensificar a luta pelas campanhas salariais que exijam igualdades de salários e combater o desemprego entre as mulheres,” diz.  

 

Não se esqueça: o Quarta Sindical vai ao ar, ao vivo, sempre a partir das 11:30 em nossas redes.

Para assistir na íntegra, acesse:

https://www.facebook.com/BDFPR/videos/717021625647872/

Edição: Lia Bianchini