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Projeto “Corporificar” aborda temas ligados ao corpo e a violência contra a mulher

O experimento investiga o sagrado feminino raiz a partir de uma construção e entendimento indígena do interior cearense.

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
As ações terão uma profissional intérprete de Libras durante a fala de abertura das apresentações, nas oficinas e rodas de conversa. - Foto: Luana Sousa

Durante o mês de fevereiro, o experimento em dança “Corporificar”, da artista Rafaela Lima, traz atividades presenciais e online à companhias de dança e escolas de cultura do município de Itapipoca, no Ceará. As atividades são direcionadas a integrantes da Cia Balé Baião, Escola Livre Balé Baião, Nós de Dança e Cia Rastro, convidados previamente. Além das atividades para esse público, o projeto também realizará eventos na Aldeia Tremembé da Barra do Mundaú, também em Itapipoca. Devido à pandemia causada pela covid-19, o número de participantes é limitado e, no caso das atividades presenciais, serão tomadas medidas preventivas como distanciamento social e uso de álcool em gel e máscara. A iniciativa é voltada para os grupos, escolas e a aldeia citados acima.

Contemplado no Arte Livre – Edital de Criação Artística Lei Adir Blanc Ceará em 2020,  “Corporificar” investiga o empoderamento da mulher a partir de uma cosmovisão indigena do interior cearense. De acordo com a artista, o projeto tem influência do sagrado feminino presente nos rituais Tremembé da Barra do Mundaú. Ela explica que se trata de uma ação de resistência num contexto em que os corpos femininos ainda são objetificados e violentados, problema agravado pelo contexto da pandemia. Para ela, é também uma forma de contornar os desafios enquanto classe artística, que sofreu diretamente com o afastamento do público nesse período.

A pesquisa surgiu durante o isolamento social, quando Rafaela Lima participou do laboratório corporal “Cuerpo visceral”, idealizado e facilitado pela artista de dança colombiana, Daniela Yara Cantillo Castrillon. A vivência resultou em um experimento corporal onde, segundo Rafaela, iniciou uma investigação do movimento visceral feminino a partir do reconhecimento e afirmação de seus traços corporais ancestrais e a corporificação do elemento água. O trabalho expõe a subjetivação dos corpos-mulheres diversos e singulares que se aglutinam nessa investigação. O experimento alimenta-se do lugar performativo e político desses corpos e conta com a participação de outras artistas da área da dança.

Acessibilidade

As ações terão uma profissional intérprete de Libras durante a fala de abertura das apresentações, nas oficinas e rodas de conversa. Além disso, todas as publicações virtuais terão legenda para a população surda.

Toda a programação do projeto é gratuita e os links das atividades online serão disponibilizados somente para os inscritos.

Programação

Oficina: Vivência de sagrado feminino raíz: ritos Tremembés.
Guia:
Lauriane Tremembé e lideranças indígenas(Itapipoca CE)
Dia: 15 de fevereiro
Hora: 8h
Local: Aldeia indígena Tremembé da Barra do Mundaú- Itapipoca/CE

Oficina: Corporeidades do sagrado feminino
Guias:
Rafaela Lima (Itapipoca/CE), Breu da Selva (Alagoas) e Lauriane Tremembé (Itapipoca-CE)
Dia: 15 de fevereiro
Hora: 15h
Local: Aldeia indígena Tremembé da Barra do Mundaú- Itapipoca/CE

Apresentação: Obra Corporificar
Guia:
Rafaela Lima e Breu da Selva
Dia: 16 de fevereiro
Hora: 18h
Local: Aldeia indígena Tremembé da Barra do Mundaú - Itapipoca/CE

Tutoria: Laboratório de criação “Corporificar”
Guia:
Herê Aquino
Dia: 18, 19 e 20 de fevereiro
Hora: 14:30h
Local: Online

Oficina: Corporeidades do sagrado feminino
Guia
: Rafaela Lima e Breu da Selva
Dia: 26 de fevereiro
Hora: 09h
Local: Galpão da cena

Apresentação: Obra Corporificar
Guia:
Rafaela Lima e Breu da Selva
Dia: 26 de fevereiro
Hora: 19h
Local: Galpão da Cena

Edição: Monyse Ravena