Rio Grande do Sul

Coronavírus

Eduardo Leite: “Tomar a vacina é um ato que tem alcance coletivo”

A afirmação foi feita nesta quinta-feira (28), em live, sobre a situação da pandemia no estado

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Se for necessário, o RS fará compra direta de vacinas, garante Eduardo Leite - Felipe Dalla Valle/ Palácio Piratini

Durante a manhã desta quinta-feira (28), o governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ao apresentar a situação atual da pandemia no estado e sobre a vacinação, salientou a necessidade da manutenção das medidas para evitar a proliferação do novo coronavírus. “O comportamento da população é o melhor antídoto”, salientou. 

De acordo com o governador, apesar da diminuição de internações hospitalares por conta do coronavírus, o patamar ainda é considerado alto, como os patamares registrados no inverno do ano passado. “É importante que a gente continue com a redução de casos, o que só vai ser alcançado com a colaboração de todos, ajudando no distanciamento, no uso da máscara, na higienização constante das mãos, evitando aglomerações. A vacinação vai ser fundamental, mas ela leva tempo até que atinja um grupo representativo da população, que gere imunização”, destacou Leite.

Conforme pontuou, a própria vacina leva tempo para surtir os efeitos de imunizar a população. “Ela tem um bom índice de eficácia, mas não significa não ter o vírus. Uma pessoa imunizada, significa que ela vai ter o seu corpo mais resistente para o vírus, mas não significa que ela deixará de ter eventualmente o vírus e de transmití-lo. Tem uma série de cuidados que precisa permanecer sendo tomados pela população. O comportamento da população é o melhor antídoto”, salientou. 

Ao demonstrar a evolução da pandemia entre outubro e janeiro, o governador acredita que os encontros do final de ano e as aglomerações fez com que houvesse um aumento na proporção de contágio, estabilizando na sequência. 

Frente a uma possível nova aglomeração das festas religiosas, como a de Iemanjá e de Navegantes, no dia 2 de fevereiro, disse que irá se reunir com presidentes de Federações e líderes religiosos para conversar sobre a importância de evitar aglomerações, de não se fazer as festas religiosas. “É importante que haja respeito às manifestações, e nós respeitamos, mas no que gerarem aglomerações elas passam a se transformar em um problema sanitário, e consequentemente na falta de cuidado coletivo. E o Estado precisa agir”, ressaltou, destacando que as mesmas medidas valem para o carnaval. “Vamos fazer ações junto às prefeituras no sentido de coibir aglomerações.”

A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, salientou que o mês de dezembro foi de fato assustador e que as medidas adotadas pelo governo e com a colaboração da população, ajudaram para a redução do contágio. “A preocupação é permanente. O mapa demonstra todas as semanas que a maioria das regiões está em vermelho. Estamos em risco alto, todo cuidado é pouco. A população tem um papel importante evitando que esse vírus continue se multiplicando de forma acelerada.” 

Vacinas

Até o momento o estado do RS recebeu 511.200 doses de vacinas contra o coronavírus, 395.200 vacinas CoronaVac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceira com o Instituto Butantan, e 116 mil vacinas de Oxford/AstraZeneca, em parceria com a Fiocruz.

Já foram distribuídas 170.800 doses referentes à vacina CoronaVac, sendo aplicadas 122.890. A dose dois está reservada para segunda aplicação. Em relação as doses do primeiro lote das vacinas de Oxford/AstraZeneca elas foram distribuídas na última segunda-feira (25) e separadas pelas Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) terça e quarta, para então serem entregues aos municípios. Elas ainda não começaram a ser aplicadas.

Na apresentação Eduardo Leite afirmou que se for necessário, o RS fará compra direta de vacinas. “Acredito no Programa Nacional de Imunização (PNI), mas não deixaremos, no RS, de fazer aquisição direta, se for o caso, para garantir o atendimento da nossa população”, frisou. 

Nesta terça-feira (26), o governador esteve em São Paulo com o presidente da farmacêutica União Química, Fernando de Castro Marques, em que confirmou o interesse do Rio Grande do Sul em adquirir doses da vacina Sputnik V, caso seja autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e caso o Ministério da Saúde não inclua no PNI. De acordo com o governador a intenção foi formalizada em documento entregue durante a reunião. Leite pontou que a vacina já está sendo aplicada na Argentina e em outros países da América do Sul.

“Não lutamos contra a vacina. Queremos o RS atingindo os níveis mais altos de vacinação. A saúde tem pressa, a vida tem pressa e a economia também tem pressa, para que se tenha uma maior liberação, voltar à normalidade, a vacina é fundamental. Tomar a vacina é um ato que tem alcance coletivo. Embora ela tenha uma decisão individual, a responsabilidade é coletiva, não é apenas sobre proteger a si, é sobre ter a capacidade de quebrar, diminuir a possibilidade desse ciclo de contágio do vírus e proteger as pessoas que estão a sua volta”, expôs, apontando que o estado juntamente com o Ministério Público criou o canal para denunciar as pessoas que estejam furando a fila. 

De acordo com a secretária Anita, com as doses recebidas o estado conseguiu distribuir para 58% dos trabalhadores da área da saúde. “O estado do RS tem 408 mil profissionais das várias áreas. Como ainda não é possível, neste momento vacinarmos 100% desse grupo de trabalhadores acabou acontecendo essas situações”, pontuou.

Indagado sobre a compra de vacinas por empresas privadas, o governador respondeu que até que haja fluxo assegurado de volume de vacinas suficientes para atender os grupos prioritários, que se dará através do Sistema Único de Saúde, é errado pensar na compra de vacinas pela iniciativa privada. Ele destacou que há dificuldades nos insumos, na disponibilização das doses. "A vacina tem que ir não para quem pode pagar, mas para quem mais precisa, quem mais tem risco. E é o sistema público que coordena isso. Até que haja a garantia de volume, e eu não estou dizendo que se precise vacinar todo mundo primeiro para depois fazer a distribuição na rede privada, é importante seguir uma ordem de prioridades de interesse público, coletivo. Vacinar grupos prioritários ajuda a reduzir as internações, e isso melhora a vida para todo mundo. O interesse é público, não pode ser particular", frisou.

O governador anunciou também a retomada da pesquisa Epicovid19-RS, que terá mais duas etapas. A primeira será realizada entre 5 e 8 de fevereiro, trará a inclusão de um novo teste de anticorpos para a covid-19, ao lado dos testes rápidos e entrevistas que já fazem parte dos procedimentos de coleta de dados do estudo.

O funcionamento da pesquisa segue o mesmo: entrevistadores coordenados pelo Instituto de Pesquisa e Opinião (IPO) visitam as casas de 4,5 mil famílias em nove cidades gaúchas (Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Pelotas, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Uruguaiana) para convidar os moradores a realizar os testes e responder a um breve questionário sobre ocorrência de sintomas e acesso a serviços de saúde.

As denúncias sobre pessoas que estejam furando a fila do grupo prioritário na vacinação pode ser feita pelo site https://coronavirus.rs.gov.br/denuncia-fura-fila


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Edição: Katia Marko