Rio de Janeiro

Privatização

Diretoria da BR Distribuidora sobe 272% do salário e trabalhadores tem queda de 50%

Após Petrobras vender o controle da empresa, 17 administradores receberão cada um cerca de R$ 3 milhões ao longo de 2020

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Até 2017, a Petrobras detinha 100% da BR Distribuidora, que era subsidiária integral da estatal, quando se desfez de 29% da empresa - Divulgação

Pouco mais de 16 meses após a Petrobras vender o controle da BR Distribuidora – a maior do setor de distribuição de combustíveis no país –, mudanças significativas já ocorreram na gestão interna da companhia. Neste período, as remunerações e bonificações aos integrantes da diretoria dispararam na mesma proporção em que os salários dos trabalhadores despencaram.

Leia também: Petrobras divulga propaganda em defesa da privatização de refinarias; entenda o risco

No Formulário de Referência 2020, disponível no site da empresa, está detalhada a composição de todos os recursos recebidos pelos 17 administradores – nove membros do Conselho de Administração, cinco da Diretoria Estatutária e três do Conselho Fiscal –, que inclui salários, benefícios, bônus e ações. No total, somente neste ano, será desembolsado R$ 51.920.483,40, o que representa um pagamento anual médio de R$ 3.054.146,05 para cada executivo. Isso significa um aumento de 272% em relação ao valor despendido no ano passado, que foi de R$ 13.954.018,97.

Por outro lado, 1030 trabalhadores da distribuidora tiveram reduções salariais a partir de janeiro deste ano. Alguns cortes chegaram a 50% dos honorários mensais, limite estabelecido no Acordo Coletivo assinado em fevereiro, que contou com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Além disso, apenas em 2019 houve o desligamento de 860 trabalhadores próprios, o que representou uma diminuição de 27,4% do quadro de funcionários. Para este ano, de acordo com as Demonstrações Contábeis, estava prevista a saída de mais 337 pessoas.

Desmonte

Até 2017, a Petrobras detinha 100% da BR Distribuidora, que era subsidiária integral da estatal, quando se desfez de 29% da empresa. Não satisfeita, a gestão da petroleira vendeu mais 30% das ações da BR, perdendo seu controle acionário.

Em agosto deste ano, em plena pandemia do novo coronavírus, o Conselho de Administração da Petrobrás aprovou a venda da integralidade de sua participação, que hoje é de 37,5%, por meio de oferta pública secundária de ações.

Fonte: Sindipetro Unificado - SP

Edição: Mariana Pitasse