Rio Grande do Sul

Homenagem

Dia Nacional da Homeopatia é comemorado em 21 de novembro

Data marca a chegada, em 1840, do homeopata francês Dr. Benoit Jules Mure ao Brasil

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A abordagem homeopática é integral, ela aborda o ser humano como um todo - Divulgação

A homeopatia é praticada no mundo todo e hoje é tida como a segunda técnica terapêutica mais utilizada. Diferentemente da alopatia, os métodos de tratamento homeopáticos promovem a cura “de dentro para fora”, ou seja, agem no organismo como um todo e não apenas tratam os sintomas da doença. Assim, os medicamentos são produzidos de maneira específica para cada paciente (humano, animal ou vegetal), com matérias-primas provenientes de ervas naturais, raízes, minerais, animais, entre outras fontes encontradas no meio ambiente. 

A homeopatia já é amplamente difundida no país e muitos homeopatas trabalham para democratizar e facilitar o acesso ao conhecimento acerca deste método de tratamento. Uma organização que trabalha com este propósito no Brasil é a Associação Brasileira de Homeopatia Popular (ABHP).

Abordagem integral do ser humano

Doriano Venturini, médico desde 2003 e com formação na área homeopática em 2011, trabalha com homeopatia em seu consultório desde então. Para Venturini, o tratamento homeopático engloba os quadros de doenças crônicas e também enfermidades agudas. “A abordagem homeopática é integral, ela aborda o ser humano como um todo”, completa o médico. Por não ter a expressividade que seria ideal, a homeopatia no Brasil complementa a medicina tradicional e, segundo ele, pode ser ministrada de modo conjunto com a alopatia. Mas qual a grande diferença entre ambas as técnicas de tratamento? “Na alopatia o interesse é o alívio dos sintomas, enquanto que na homeopatia o objetivo é corrigir o desequilíbrio da energia vital” destaca o médico.

O homeopata também frisa que a proposta da homeopatia é tratar as enfermidades em um nível mais profundo, ao atingir os campos psicológico e emocional, para além dos sintomas físicos, o que possibilita uma melhora geral do paciente. Para ele, o ritmo de vida moderno faz com que o caminho mais fácil seja procurado, não apenas pelo paciente, mas também pelos profissionais da saúde, que encontram na medicina tradicional uma técnica de tratamento com efeito rápido, porém paliativa, pois age muito bem no período imediato, mas não atua bem em quadros crônicos. De acordo com Venturini, “ela pode suprimir os sintomas de sofrimento da pessoa, mas não tende a cura”. Por outro lado, destaca que a medicina homeopática, quando há precisão no diagnóstico, há rapidez e cura do indivíduo.

Homeopatia mereceria maior destaque

Venturini explica, todavia, que existem cerca de 5 mil medicamentos, que englobam o Reino Animal, Vegetal e Mineral, e há de se buscar um medicamento que “represente a totalidade sintomática do doente”. Quando se encontra o remédio homeopático que realmente se encaixa no quadro clínico do paciente, os resultados são incríveis, pontua o médico. Segundo ele, a medicina homeopática mereceria desempenhar um papel muito maior do que possui na atualidade, sem desmerecer a função da alopatia, que é primordial, porém, “pela força das circunstâncias, a força do capital, da indústria farmacêutica sobre o conhecimento e a atitude médica atual” acaba por ocupar um espaço de maior proporção que o necessário.

Entretanto, ele salienta que há a necessidade de trabalhar as duas técnicas em conjunto, pois muitas vezes existe a dificuldade de se encontrar um medicamento homeopático para certo paciente e, portanto, há necessidade de se utilizar um remédio alopático por um período determinado, até que se encontre a homeopatia ideal. Venturini também lembra da importância da alopatia nos casos de cirurgias, urgência e emergência, além das unidades de terapias intensivas (UTI). Então, o médico pauta que ambas trabalham de formas distintas, porém podem ser complementares entre si.

Procura pelo tratamento alternativo tem crescido

Para Alexandre Mendonça, homeopata há 23 anos e vice-presidente da ABHP, a procura do tratamento alternativo tem aumentado muito, em especial nos últimos sete anos, por causa do sucesso obtido na utilização homeopática em rebanhos leiteiros, o que fez com que outros produtores buscassem o tratamento com a homeopatia. Mendonça, que ministra aulas sobre o assunto desde 2001, salienta que há um esforço para que a técnica seja reconhecida na academia científica, inclusive para o estudo de medicamentos preventivos e curativos voltados à covid-19, que teriam um custo bem inferior ao dos remédios e vacinas convencionais.

Sobre o índice de sucesso dos pacientes que foram tratados pelo homeopata ele salienta que, de modo diferente da alopatia, a cura homeopática é um processo longo, que envolve uma grande reestruturação do corpo físico/biológico, bem como da parte psicológica e emocional do paciente. Segundo Mendonça, somos agredidos por diferentes doenças o tempo todo e a homeopatia busca reestabelecer o equilíbrio físico e/ou emocional de um indivíduo. O índice de sucesso, segundo ele, depende de qual for o percentual de pessoas que realmente busca entender o que significa a cura homeopática, que varia de 6% a 10% dos pacientes.

Associação luta por um SUS de qualidade

No âmbito da ABHP, o homeopata frisa que não se busca entrar em atrito com a comunidade médica, mas que os associados gostariam que a classe entendesse o trabalho desenvolvido pela homeopatia popular. Também salienta que a associação luta por um Sistema Único de Saúde (SUS) de qualidade, que dê ao paciente outras alternativas não convencionais de tratamento, que democratize e propague a homeopatia para o âmbito da saúde pública.

Mendonça ainda destaca que a rede de solidariedade formada pela ABHP fez um trabalho incrível na pandemia. Segundo ele, em apenas um projeto cerca de 100 mil pessoas foram beneficiadas, o que levou o tratamento homeopático para comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, além de atender os familiares dos sócios da entidade.

Neste Dia Nacional da Homeopatia é fundamental que se olhe para os profissionais que trabalham na área, seja no tratamento de pessoas, animais ou plantas, com maior apreço e consideração, pois a técnica médica já é reconhecida internacionalmente como eficaz no tratamento de inúmeras enfermidades, com diversos trabalhos científicos desenvolvidos e cada vez melhor aprimorados. Que pessoas como Venturini e Mendonça conquistem cada vez mais espaços e respeito popular ao trabalharem com a cura de pacientes por meio da homeopatia.


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Edição: Katia Marko