Caso Mariana Ferrer

Porto Alegre: ato pede justiça a Mari Ferrer e o fim da cultura do estupro

Manifestantes também pediram justiça para Simone Souza, vítima de feminicídio na Praia do Cassino

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Ato por justiça à Mari Ferrer reuniu centenas no Parque da Redenção neste domingo (8) - Ezequiela Scapini

Centenas de manifestantes participaram de um ato em apoio a Mari Ferrer e pelo fim da cultura do estupro e da violência contra as mulheres, na tarde do último domingo (8), no Parque da Redenção, em Porto Alegre. A manifestação foi chamada após a repercussão das imagens do julgamento do empresário André de Camargo Aranha, em Santa Catarina, que mostram a influencer Mariana Ferrer, vítima de estupro, sendo humilhada pelo advogado de defesa do acusado.

Diversas cidades do país registraram atos em apoio a Mari Ferrer no domingo. No protesto em Porto Alegre, segundo o evento nas redes sociais, também foi feito um pedido de justiça para Simone Souza, vítima de feminicídio na Praia do Cassino, em Rio Grande, no último dia 2.


"Estupro culposo não existe", lembram as manifestantes / Ezequiela Scapini

O ato teve início às 15h no Monumento ao Expedicionário, o Arco da Redenção, e foi marcado por cânticos criticando a violência contra mulheres e pela presença de cartazes, blusas e camisetas, criticando a decisão judicial, que foi proferida favoravelmente ao acusado de estuprar Mariana, e contendo frases contra a cultura do estupro.

“Mexeu com uma, mexeu com todas”, “A culpa nunca foi e nunca será nossa”, “Independente da minha roupa, eu mereço respeito” e “A justiça não é cega, ela é paga para não ver” eram algumas das frases presentes dos cartazes. Falas da influencer durante o julgamento também foram lembradas nos cartazes do ato, como a frase “Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito”, dita por Mariana ao advogado de defesa do acusado.

Também ocorreram na manifestação falas de parlamentares, lideranças de movimentos sociais, representantes de entidades estudantis e lideranças comunitárias. Houve ainda pronunciamentos de candidatas à Prefeitura de Porto Alegre.


Deputada Maria do Rosário participou do protesto / Ezequiela Scapini

Para a deputada federal Maria do Rosário (PT), "cada uma com sua máscara, fomos ao parque chamar atenção para as graves injustiças tomadas pelos homens envolvidos no caso. Por Mariana e por todas as mulheres que batalham diariamente na sociedade patriarcal".

::Argumento de advogado contra Mariana Ferrer segue linha utilizada contra Ângela Diniz::

Nas redes sociais, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) compartilhou que “o ato das mulheres em Porto Alegre foi por Mari Ferrer e por todas vítimas da violência sexual e duplamente violentadas por essa justiça machista”.


Protesto cobrou medidas contra a cultura de estupro e a violência contra a mulher / Ezequiela Scapini

Durante o protesto, o grupo de manifestantes utilizou máscaras de proteção e álcool em gel que estava sendo distribuído no local.

Caso Mari Ferrer


Imagens de câmera de segurança conteriam indícios do crime / Reprodução

A influencer Mariana relata ter sido estuprada por Aranha há cerca de dois anos em uma festa, mas enquanto ele foi absolvido das acusações, ela teve fotos pessoais expostas e sua virgindade questionada durante uma audiência.

Na ocasião, o advogado do réu, Cláudio Gastão da Rosa Filho, citou a situação financeira da vítima para acusá-la de tirar proveito econômico da “desgraça dos outros” e ainda mostrou fotos dela que classificou como “posições ginecológicas”, entre outras agressões.

A vítima começou a chorar e implorou para ser tratada de forma digna, mas o advogado então prosseguiu dizendo que eram “lágrimas de crocodilo”.

* Com informações da CUT-RS e Sul 21

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira