Coluna

Bolsonaro exterminou PL que garantia proteção aos povos indígenas na pandemia

Imagem de perfil do Colunistaesd

Ouça o áudio:

O cacique Leno Kumaruara representando 70 etnias participou do Fora Bolsonaro desta sexta (10) - Tarso Sarraf
Ele vetou o acesso à água potável, ao auxílio emergencial e à saúde

Indignação, repulsa e profunda tristeza. Estou relatando o que foi uma reunião nesta sexta (10) da Frente Parlamentar Mista em defesa dos povos indígenas da qual sou membro e que é coordenada pela única deputada indígena da Câmara dos Deputados, a querida Joenia Wapichana. Essa foi uma reunião aberta da Frente com participação de representantes dos povos indígenas.

 A repulsa, indignação e a profunda triste tem a ver com os vetos realizados pelo presidente Bolsonaro de um projeto de lei 1142/2020, do qual sou coautor, que criava um plano emergencial de proteção aos povos indígenas diante da covid-19.

Bolsonaro agiu nos vetos em relação a esse projeto de proteção aos povos indígenas como o governo dele age no dia a dia em relação aos povos e as terras indígenas. Ele exterminou o projeto e agiu com a tesoura de exterminador.

Dos 21 artigos aprovados nesse projeto, e quero relembrar aprovados em uma construção de consenso com os vários partidos, inclusive o líder do governo em votação na Câmara, em nenhum momento disse que teria veto ao projeto. Dos 21 artigos, 16 foram vetados. Na prática não sobrou nada. Bolsonaro vetou o acesso à água potável, à mecanismos para facilitar o auxilio emergencial aos povos indígenas, à fluxos a serem priorizados no SUS e ao fortalecimento subsistema saúde indígena, tudo. Profunda repulsa. 

Na semana onde comemoramos os 7 anos da criação do Programa Mais Médicos, imaginem o que seria a realidade dos povos indígenas hoje se os medicos do Mais Médicos pudessem ter continuado a atende-los e se esse projeto de lei fosse sancionado.

Edição: Rodrigo Durão Coelho