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Sindicatos realizam ato em frente ao Hospital de Messejana

Servidores públicos denunciam a precarização nos hospitais públicos do Ceará durante o combate a covid-19.

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
A próxima mobilização já está marcada, será no dia 12 de julho, no Instituto José Frota (IJF). - Foto: Wanessa Canuto

Hoje pela manhã (02), sindicalistas e servidores públicos realizaram um ato em frente ao Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, para denunciar os mais de 11 mil casos de profissionais de saúde contaminados com a covid-19 no Ceará. A iniciativa foi convocada pelo Fórum Conexão Saúde que reúne entidades sindicais de servidores públicos municipais, estaduais e federais. 

Com palavras de ordem e depoimentos de trabalhadores da saúde pública, os manifestantes questionaram as condições de trabalho nos hospitais públicos, que já se mostrava ruim antes, mas se agravou bastante com a pandemia do coronavírus. De máscaras e respeitando as medidas de distanciamento social, representantes de entidades de servidores públicos municipais, estaduais e federais da base da saúde relataram receber muitas denúncias de assédio moral, sobrecarga de trabalho e falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) nos hospitais cearenses, dentre eles, o Hospital de Messejana. “Por isso escolhemos fazer o ato de hoje aqui”, afirmou uma das lideranças presentes na manifestação. 

“Esse é o terceiro ato que a gente faz nesse período de pandemia. Hoje estamos no Hospital de Messejana para dar visibilidade às denúncias dos servidores, mas também para prestar nossa solidariedade e eterno agradecimento pelo esforço que cada um tem feito para salvar o povo cearense”, disse Carmem Santiago, secretária de saúde do trabalhador da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT Ceará).

Enquanto conversavam com os usuários e trabalhadores do hospital, mesmo respeitando as medidas de distanciamento, os manifestantes foram abordados por um médico que condenou a iniciativa e agrediu verbalmente os participantes do ato. “Os médicos também são trabalhadores, e merecem nosso respeito, mas infelizmente nem todos se percebem assim”, relatou Hélio Alves, servidor do Ministério da Saúde e integrante da direção colegiada do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Ceará (Sintsef Ceará).

Alves declarou ainda que “estamos sofrendo muito com os efeitos da pandemia. Ela veio para nos fazer refletir sobre o papel dos serviços públicos para o Brasil. A falta de investimentos no SUS está afetando diretamente a população, inclusive ceifando vidas. A falta de investimento em concursos públicos está sobrecarregando os servidores que atuam em hospitais como acontece aqui no Hospital de Messejana”.

Além do ato de hoje, o Fórum Conexão Saúde já realizou manifestações no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), da Universidade Federal do Ceará (UFC), bem como no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ). A próxima mobilização já está marcada, será no dia 12 de julho, no Instituto José Frota (IJF).

Principais reivindicações dos servidores públicos
- Não ao congelamento dos salários e benefícios;
- Insalubridade de 40%;
- Horas extras remuneradas;
- Combate a sobrecarga de trabalho;
- Equipamentos de Proteção Individual;
- Manutenção e ampliação dos direitos previstos nos Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) dos trabalhadores celetistas.

Conexão Saúde
Formado no início da pandemia do coronavírus no Ceará, é composto por nove entidades sindicais que atuam com servidoras e servidores públicos da saúde nas três esferas da administração pública. O grupo está acolhendo denúncias de violações e realizando uma pesquisa sobre as condições de trabalho nos hospitais públicos do Ceará. Os primeiros resultados devem ser divulgados no final de julho.

Edição: Francisco Barbosa