Pernambuco

Pandemia

Líderes religiosos defendem que ainda é cedo para uma reabertura de igrejas e templos

Mesmo com decretos estaduais permitindo reabertura, pastor e padre pedem "prudência" e "responsabilidade"

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Decretos estabelecem limite para a capacidade de pessoas dentro dos templos - Jaime Reina/AFP

Em pernambuco, as igrejas e templos religiosos que estavam fechados desde março devido ao isolamento social já estão autorizados a reabrir. Apesar da proposta de uma flexibilização gradual, que permitiu uma ocupação de até 30% da capacidade dos locais, existem líderes religiosos com opiniões contrárias a essas medidas e que têm optado por não retomar as reuniões presenciais.

O pastor recifense André Paegle, da Igreja Evangélica Batista de Casa Amarela (Iebca), explica que a igreja tem mantido o isolamento social e atuado em ações de solidariedade durante a pandemia, além dos cultos online. "Há um sentimento de responsabilidade. Nós temos a consciência clara de que não estamos isolados do mundo. Nós fazemos parte de um corpo social. É exatamente a responsabilidade de cada indivíduo e de cada instituição que irá reduzir os danos dessa pandemia. Por isso que a nossa igreja, desde o início, aderiu ao isolamento social. Nós, como igreja, decidimos não fazer essa reabertura logo de imediato. Achamos mais sábio observar as repercussões que essa reabertura vai exercer no nosso bairro e na nossa cidade", reitera.

Pernambuco não é o único estado nordestino que tem flexibilizado as medidas de distanciamento para os templos religiosos. No Ceará, estado nordestino mais impactado pela pandemia até o momento, a porcentagem de limite permitido de ocupação das igrejas é de até 20%. Outros estados têm anunciado medidas semelhantes nas últimas semanas. Ainda no mês de maio, o Rio Grande do Norte, por meio de portaria publicada, passou a recomendar a organização de filas, dentro e fora das igrejas com distância mínima prevista, além de frequência simultânea de até 20 pessoas.

Mesmo assim, dois meses após a portaria estadual, o padre Roberio Camilo, que atua na capital potiguar, afirma que ainda é cedo para uma reabertura na comunidade em que atua.. "As ruas são estreitas, as casas são pequenas , as famílias são numerosas, normalmente nas casas só tem um banheiro e muita gente dentro das casas. Não temos como controlar nas periferias que só vão assistir missa 15 pessoas, 20 pessoas, é impossível. Então, sejamos prudentes e vamos dar um tempo maior para este retorno ", conclui.

Confira na reportagem em vídeo:

 

Edição: Monyse Ravena