Paraná

Vulnerabilidade

Moradores do Parolin, em Curitiba, temem contágio pelo coronavírus

Relatos indicam falta de informação e dificuldades financeiras para comprar equipamentos de proteção

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
“A favela corre mais perigo pela falta de informação”, diz a moradora Paula Graciele - Giorgia Prates

Medo. Esse é o sentimento que ronda a favela do Parolin. O número de casos confirmados da covid-19 no local preocupa moradores. Há relatos de falta de informações adequadas sobre como se proteger do coronavírus e de que muitas pessoas dali não tem condições financeiras para comprar equipamentos de proteção, como álcool em gel e máscaras.

“A favela corre mais perigo pela falta de informação”, é o que diz a moradora Paula Graciele. Ela conta que as informações que chegam, muitas vezes, são desencontradas ou falsas. “A gente não sabe como se prevenir, a gente não sabe nada. A gente nem sabe de onde o vírus está vindo. Uns falam que é só uma gripe, que se tem imunidade boa não pega”, conta.

Um documento assinado pela autoridade sanitária local, vinculada a Unidade de Saúde do Parolin, indica que, até 09 de junho, existiam 37 casos suspeitos de covid-19, 33 confirmados e três óbitos. No documento, indica-se que há oito ruas na comunidade com casos confirmados.

Paula conta que muitos dos moradores não têm condições financeiras para comprar álcool em gel ou máscaras. O racionamento de água em vigor em Curitiba dificulta ainda mais a realidade, deixando muitos moradores sem o item mais básico para higiene. “Sem água, sem álcool, sem nada, como vai se cuidar?”, questiona Paula.

Procurada, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba informa que na regional do Portão, à qual a Unidade de Saúde do Parolin é vinculada, existiam (até 12/06) 164 casos confirmados, sendo 27 do Parolin. E que dos 3 óbitos do bairro, nenhum residia em área de maior fragilidade social. Segundo a SMS, máscaras de tecido estão sendo distribuídas pelas unidades de saúde às pessoas mais vulneráveis.

“Informações e orientações são divulgadas diariamente pela Prefeitura e pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em veículos e canais de grande circulação, em veículos comunitários, redes sociais, materiais informativos, além das orientações feitas pelas equipes de saúde com apoio de lideranças das comunidades locais”, informa também a SMS.

Da calçada de sua casa na favela do Parolin, enquanto faz seu relato, Paula aponta para as ruas onde se tem confirmação de infectados, uma em frente à sua e outra atrás. “Todos nós estamos no grupo de risco”, diz.

 

Edição: Frédi Vasconcelos