Ceará

Coronavírus

Capital cearense tem o maior índice de contaminação por habitante do país

O coeficiente de incidência nacional é de 4,3 casos por 100 mil habitantes, já no Ceará é de 6,8 casos por 100 mil

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
A progressão de casos de coronavírus no Ceará, o colocam como um dos estados que mais preocupam o Ministério da Saúde. - Foto: Mateus Dantas / CMFor

A progressão de casos de coronavírus no Ceará, o colocam como um dos estados que mais preocupam o Ministério da Saúde. Em Boletim Epidemológico Especial, divulgado no último dia 3 de abril, o Ministério colocou os estados do Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e Distrito Federal em alerta para a possibilidade da transição da fase de epidemia localizada para a fase de aceleração descontrolada.  A capital cearense tem o maior índice de contaminação por habitante do país.

O que levou a preocupação foi a comparação do coeficiente de incidência nacional que é de 4,3 casos por 100 mil habitantes, já no Ceará a ocorrência é de 6,8 casos por 100 mil, além de um déficit em leitos disponíveis. Segundo o doutor Keny Colares, infectologista do Hospital São José, professor e pesquisador do grupo de virologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), três fatores influenciaram na propagação do coronavírus no estado, o primeiro é climático, já que nessa época do ano é comum haver uma elevação dos casos de doenças respiratórias e virais no nordeste. A segunda é pelo fato do estado do Ceará ter se tornado um destino turístico internacional, com grande fluxo de turistas, vindos principalmente, da Europa. Por fim, Colares elenca a possibilidade do estado estar fazendo um número maior de testes que a média nacional, apresentando um número mais próximo da quantidade real da população infectada.

Para cada uma das fases epidêmicas - epidemia localizada, aceleração descontrolada, desaceleração e controle - há uma série de medidas. Na aceleração descontrolada algumas das providências tomadas deverão ser, segundo boletim do Ministério da Saúde, o distanciamento social ampliado ou bloqueio geral para manter a capacidade do sistema de saúde, a orientação sobre o uso de máscaras para a população em geral e ampliação da realização de testes para profissionais de saúde e trabalhadores de serviços essenciais.

Segundo Colares, o isolamento social é uma medida importante para evitar o colapso do sistema de saúde, "o que tem sido feito até agora, têm seus resultados, se a gente não tivesse feito isso, talvez a gente tivesse passando agora por uma situação catastrófica. Esse tempo que nós estamos ganhando é o tempo em que está sendo capacitados profissionais de saúde, é o tempo em que está sendo abertos mais leitos, hospitais novos que não existiam, é o tempo em que a rede de saúde está se preparando para receber esses números de casos que, provavelmente, vai continuar subindo".

Edição: Monyse Ravena