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Campanha de solidariedade "Nós por Nós" organiza doações para favelas do Rio

Primeiros donativos serão distribuídos para população do Cerro Corá, Manguinhos, Guararapes e Borel

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Estratégia da campanha "Nós por Nós é impulsionar doações e distribuir para quem mais precisa durante a pandemia da covid-19 - Fernando Frazão/Agência Brasil

Um a cada três moradores de favela no Brasil terá dificuldade para comprar alimentos em função da quarentena contra a pandemia do novo coronavírus, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Data Favela. Sabendo dessa realidade, os movimentos do campo popular lançaram nesta semana a campanha "Nós por Nós contra o coronavírus". O objetivo é ajudar a população das favelas do Rio de Janeiro no momento de isolamento em que os trabalhadores informais terão que interromper as atividades profissionais que garantem o sustento das famílias. As primeiras doações serão destinadas ao Cerro Corá, Manguinhos, Guararapes e Borel.

Para tentar contribuir nesse cenário de crise, a estratégia da campanha é impulsionar doações e distribuir para a população de baixa renda que mora nas favelas. A ideia é estimular os jovens a se colocarem como ponte para quem precisa de ajuda e, de forma segura, fazer a distribuição nas comunidades. Preferencialmente os seguintes itens podem ser doados: arroz, feijão, óleo, sal, açúcar, café, macarrão, produtos de higiene e limpeza, fubá, farinha de trigo e biscoito.

"A campanha surge de inúmeros debates que o campo popular vem travando nacionalmente sobre a necessidade de uma política de solidariedade num momento de aprofundamento da crise econômica e da piora da condição de vida do povo brasileiro", explica Breno Rodrigues, do Levante Popular da Juventude. "O povo está passando por uma série de problemas em seu cotidiano. Estamos verificando o crescimento da fome, da desigualdade e da miséria, mas também identificamos que a solidariedade é um elemento que sempre esteve presente na vida povo brasileiro em toda a nossa história", acrescentou.

A campanha vai funcionar com "caixas da solidariedade" que podem ser criadas por qualquer pessoa que queira se engajar no projeto. Essas caixas deverão ser cadastradas em um formulário online (clique aqui). Após esta etapa, equipes que fazem parte da iniciativa vão combinar a retirada das doações seguindo os protocolos de saúde. Depois disso, o material será processado e haverá a montagem dos kits. Todos os insumos passarão por um processo de limpeza e empacotamento individuais e os mantimentos serão entregues evitando aglomerações.

A recomendação é que as pessoas coloquem caixas em seus locais de confinamento e organizem via internet, whatsapp e/ou cartazes no elevador para receber as doações. "Por exemplo, eu moro no prédio "Balança Mas Não Cai", no Centro,  conversei com a síndica e com os moradores e coloquei uma caixa na portaria. A gente quer multiplicar as caixas dessa forma, entendendo que os militantes do campo popular serão os primeiros a fazer isso", detalha Rodrigues.

Fazem parte da iniciativa, além do Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD) e Consulta Popular. Também somam forças a Agenda Jovem da Fiocruz, Museu da Maré, organizações de favelas e sindicatos.

É possível ajudar financeiramente para custear a operação e compras de outros materiais para doação por meio de depósito bancário em conta do Banco do Brasil (agência: 2.972-6/conta corrente: 38.834-3) em nome de Allanis Dimitria de O. e S. Pedrosa e também por Picpay do @levante.rj. 

Edição: Mariana Pitasse