Minas Gerais

Diversidade

Com seus sapatões, lésbicas marcham em BH por respeito

Caminhada acontece nesta sexta (30), a partir das 16h, na Praça Sete

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Sem apoio do poder público, ano após ano, as “sapas” usam e abusam da criatividade para fazer ato acontecer
Sem apoio do poder público, ano após ano, as “sapas” usam e abusam da criatividade para fazer ato acontecer - Foto: Caroline França

“Maria-homem”, “sapatão” e “caminhoneira” são alguns dos nomes usados para se referir de maneira pejorativa às lésbicas. Com o decorrer do tempo, as mulheres que amam outras mulheres passaram a usar essas expressões como forma de se reafirmar, dando um novo significado ao que antes era insulto. Mas, ainda hoje, o preconceito impede que essas pessoas vivam livremente e, para exigir respeito, elas sairão às ruas, em Belo Horizonte, nesta sexta-feira, 30 de agosto. O ato acontece às 16h, na Praça Sete, no Centro.

A 15ª Caminhada das Lésbicas e Bissexuais de BH marca o mês em que, no Brasil, são lembrados o Dia Nacional do Orgulho Lésbico (19/08) o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica (29/08). Nesta edição, o evento tem como tema “Meninas vestem lilás e meninas vestem lilás”, inspirado em uma declaração da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, sobre meninas só poderem usar rosa e meninos, azul.

“Pegamos essa declaração infeliz, que expressa o conservadorismo e a homofobia do governo Bolsonaro, e a transformamos em paródia. Meninas vestem lilás e meninas vestem lilás, pois esta é a cor das lésbicas, do feminismo e também porque é preciso sair dessa lógica conservadora, que tanto limita e reprime a nossa diversidade como seres humanos”, explica uma das organizadoras do evento, a jornalista e militante do Levante Popular da Juventude Ariane Silva.

A Caminhada é um ato feminista, focado em mulheres que são invisíveis para a sociedade. “Quem vai no dia é porque apoia nossa luta por visibilidade e direitos, mas a discriminação que sofremos, que inclui enxergar lésbicas como chatas e desinteressantes, faz com que o público em geral não se envolva e não divulgue tanto nossa ação”, afirma.

Com pouco apoio do poder público, ano após ano, as “sapas” usam e abusam da criatividade para divulgar e arrecadar fundos para o grande dia, desde a festa junina Saparraiá à Mostra de Arte Lésbica (MAL), evento que visa fortalecer a produção artística de lésbicas e mulheres bissexuais. O evento é aberto.

Serviço

O que? 15ª Caminhada das Mulheres Lésbicas e Bissexuais de BH

Quando? 30 de agosto de 2019

Onde? Praça Sete - 16h a concentração com shows e atividades. Às 19h, começa o desfile com muita música e resistência.

Edição: Elis Almeida